Meus e-mails estão indo para o SPAM ou não estão chegando. De quem é a culpa?

A verdade é que podem existir falhas técnicas, problemas de conteúdo, erros na origem dos contatos — ou até expectativas irreais de quem enviou a campanha.

Vamos analisar os fatores mais relevantes de forma prática:

1. A origem da sua lista

Se a lista foi montada com base em:

• Clientes anteriores
• Leads que se cadastraram espontaneamente no seu site
• Pessoas que interagiram com seu conteúdo

... então a entrega e o engajamento tendem a ser mais altos. Esse tipo de lista tem permissão real e tende a ter:

• Menor índice de rejeição
• Melhor taxa de abertura
• Menor risco de SPAM

Agora, se a lista foi:

• Comprada
• Raspada de sites ou redes sociais
• Baseada apenas em dados públicos ou genéricos

… então a entrega tende a ser baixa, a maioria ignora, muitos e-mails retornam com erro, e os provedores começam a sinalizar você como remetente indesejado.

2. Expectativas irreais

Se você espera que uma lista fria tenha 30% de abertura, 10% de cliques e 100 respostas — isso é ilusão, não estratégia.

Na prática, considere como bom:

• 15% a 25% de abertura
• 2% a 5% de cliques
• Menos de 1% de respostas em campanhas frias

Campanhas bem segmentadas e personalizadas podem passar desses números, mas não é o padrão. Avalie os resultados com base na qualidade da lista, da oferta e da abordagem — e não apenas no seu desejo.

3. Assunto, remetente e estrutura

A forma como o e-mail chega faz muita diferença. Considere:

• Evite assuntos muito longos: idealmente até 65 caracteres.
• Evite usar um nome no remetente e outro no e-mail de resposta — isso soa como disparo automático e afasta o destinatário.
• Evite promessas exageradas e palavras como “URGENTE”, “CLIQUE AGORA”, “GRÁTIS” em caixa alta.
• Use um remetente que pareça humano: “contato@minhaempresa.com” ou “joao@meusite.com” funcionam melhor que “vendas01@promo-mail.xyz”.

O Gmail e outros provedores analisam credibilidade do remetente + histórico de engajamento + conteúdo para definir onde a mensagem vai cair.

4. Domínio e reputação técnica

Mesmo com uma boa lista e assunto, seu e-mail pode ser rejeitado se:

• O domínio está em alguma blacklist
• Não há configuração correta de SPF, DKIM e DMARC
• O IP de envio tem histórico de abuso
• Seu domínio não é conhecido pelos servidores como remetente confiável

Essas configurações precisam ser ajustadas na origem do domínio (geralmente no provedor DNS). Servidores como Gmail, Outlook e Yahoo analisam isso antes mesmo de considerar o conteúdo.

5. Frequência e consistência

Não é sobre “enviar toda semana” ou “sumir por dois meses”. O que importa é a coerência com a sua proposta de valor.

Enviar um e-mail relevante a cada 15 dias ou mensalmente, com conteúdo útil, funciona melhor do que bombardear semanalmente ou aparecer só em campanhas.

Mais importante: mantenha sua lista limpa. Se alguém não abre nenhum e-mail seu há 3 meses, pare de insistir. Isso só prejudica sua entrega para os outros.

6. Layout e estrutura do conteúdo

Erros comuns que podem prejudicar a entrega ou leitura:

• Mensagem com muito link (vários redirecionamentos ou domínios diferentes)
• Assinatura com ícones externos mal configurados
• Ausência de link para descadastramento
• Falta de versão textual (para quem bloqueia HTML)
• Uso de e-mail com resposta proibida ou inexistente

E atenção: mensagens com apenas uma imagem e nenhum texto visível são sinalizadas como SPAM em muitos casos.

Conclusão

Se os seus e-mails não estão chegando, não culpe apenas o provedor ou a ferramenta. É preciso avaliar:

• A qualidade da lista
• A mensagem enviada
• A configuração técnica do seu domínio
• E principalmente: a real expectativa de retorno

Entregabilidade é consequência de reputação.
Reputação se constrói com boas práticas, transparência e respeito ao destinatário.

Se você acertar na construção da base, na abordagem e na estrutura técnica, seus e-mails vão chegar — e, melhor ainda, vão ser lidos.