A transição global para veículos elétricos (VEs) é um caminho sem volta. Mas será que o Brasil está pronto para abandonar os carros a combustão e migrar em massa para uma frota elétrica?
A resposta curta é: ainda não — mas está caminhando nessa direção.
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado um crescimento expressivo na venda de veículos elétricos e híbridos.
De acordo com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), já são mais de 400 mil veículos eletrificados em circulação no país, considerando modelos híbridos, híbridos plug-in e 100% elétricos.
Esse é um dos maiores gargalos atuais. Apesar do crescimento no número de eletropostos, a distribuição ainda é desigual.
Segundo o site InsideEVs, o Brasil contava com 14.827 eletropostos públicos e semi-públicos em fevereiro de 2025, sendo que apenas 16% deles são carregadores rápidos (DC).
Ou seja: ainda é difícil viajar com um carro 100% elétrico para regiões fora do eixo Sul-Sudeste.
Houve avanços — como isenção de IPVA em alguns estados e incentivo à produção nacional.
Por outro lado, o governo federal retomou a tributação sobre a importação de carros elétricos em 2024, o que gerou críticas sobre o impacto negativo na popularização dos VEs.
Esse é um ponto positivo. A matriz elétrica brasileira é majoritariamente renovável, com mais de 80% da energia gerada por fontes como hidrelétricas, eólicas e solares.
Ou seja, carregar um carro elétrico no Brasil tende a ser mais limpo do que em muitos países.
O problema está na distribuição da energia e na capacidade da rede em acompanhar uma carga adicional massiva, caso a frota elétrica aumente rapidamente.
Faltam:
O Brasil ainda não está pronto para migrar totalmente sua frota para veículos elétricos, mas já deu os primeiros passos.
Com planejamento, incentivos reais e foco na infraestrutura, essa transição pode se tornar viável na próxima década.
Por enquanto, quem aposta nos carros elétricos ainda faz parte de uma minoria — mas essa minoria está crescendo rápido.